Se fizermos uma pesquisa no Google sobre viajar sozinho, o rei dos motores de busca propõe todo o tipo de sítios, agências, conselhos, blogues, tendências, ferramentas, destinos e desportos para quem quer viajar sozinho ou quer entrar no lucrativo negócio das escapadelas para solteiros.
Se fizermos uma pesquisa no Google sobre viajar sozinho, o rei dos motores de busca propõe todo o tipo de sítios, agências, conselhos, blogues, tendências, ferramentas, destinos e desportos para quem quer viajar sozinho ou quer entrar no lucrativo negócio das escapadelas para solteiros. Para aproveitar e divertir-se, não há melhor companheiro do que o seu Ford.
Ferramentas online
A viajarsolo.com oferece um outro tipo de viagens muito diferentes, centradas nos “solteiros”. Há um amplo leque de opções, desde escapadelas a destinos próximos (Menorca num veleiro, banhos de floresta no Parque Natural de Els Ports ou férias com o cão) até programas nas Caraíbas, Maldivas, Moçambique, China ou Nova Zelândia.
A agência Yporquenosolo.com avisa: “Não somos uma agência matrimonial nem procuramos um companheiro ou companheira para ninguém. Yporquenosolo é para viajar e conhecer novas pessoas, por isso, organizamos viagens em grupos muito reduzidos. Encontramos-lhe os melhores companheiros de viagem.” Esta agência sugere viagens por todo o mundo ou atividades como provas de gin tonic e cursos de cozinha em Madrid.
Também há agências que organizam programas só para mulheres, como WalkingWomen ou Mujer y Viajera. Alice Fauveau trabalhava como voluntária no Peru quando teve a ideia de montar uma agência para mulheres que quisessem viajar e interagir com as pessoas do país. Foi assim que nasceu em 2009 a Focus on women, com o objetivo de conhecer a cultura feminina no mundo.
Um ponto de vista feminino
Há muitas bloggers, como Patricia Jiménez Orduna que conta a sua experiência em dejartodoeirse.com, que vivem das aventuras das suas viagens a sós (não de viagens organizadas para “solteiros”, já que essa é outra história). “Nascida em Navarra em 1987, escritora, blogger, viajante, oradora e fotógrafa. As minhas viagens caracterizam-se por ser lentas, grandes, fazê-las sozinha e com um orçamento reduzido” conta Patricia, que em 2014 deixou o seu trabalho, voou para Banguecoque sem bilhete de regresso e, após sete meses no sudeste asiático, regressou apaixonada pela experiência de viajar sozinha. “Desde que tomei a decisão de dedicar-me às minhas paixões, sou mais feliz e vivo mais intensamente. Através destes textos, fotografias, livros e conversas procuro incentivar outras mulheres a fazerem o mesmo, assumirem as rédeas das suas vidas, combaterem os seus medos e partirem à aventura”, refere no seu sítio Web esta jovem que já percorreu a Europa, Ásia, América e, ultimamente, África.
Além de relatar o melhor das suas aventuras, Patricia escreve sobre os seus medos: “Coisas que vão desde sentir-me sozinha até sentir-me observada, ter medo de fazer algumas coisas ou perder demasiado por manter as distâncias. Talvez haja momentos em que pensamos que aproveitaríamos mais se viajássemos com alguém ou que nos sentimos desprotegidas. Noutros podemos querer viajar com alguém que conhecemos ou estamos tristes porque alguém que conhecemos tem de partir”.
A fotógrafa Rosa Martínez partilha as suas experiências com outras viajantes na plataforma Viajosola.com, a partir da qual contacta com pessoas com as mesmas preocupações. “Escrevem-me a dizer que, graças ao que leram, atreveram-se a viajar sozinhas. Só por isso já valeu a pena.” Dicas? “Confiem em vocês próprias e em que tudo vai correr bem. Os medos costumam aparecer mais antes do que durante a viagem. Se seguirem a vossa intuição, tudo vai correr bem. No mundo, há mais pessoas boas do que más.” Informações úteis? “Uma lanterna, um carregador extra para o telemóvel e um cartão de telemóvel local”. E escrevam um diário: “Um dia vão adorar recordar aquilo que sentiram.”
Conselhos úteis
Quanto aos conselhos para viajar sozinho, vão desde os mais básicos para principiantes: é normal estar nervoso antes de iniciar uma viagem em solitário e as pensões, hostels e bed&breakfast são melhores do que os hotéis para contactar com pessoas que também viajam sozinhas. Para conhecer os habitantes locais, há o coachsurfing ou os alojamentos do Airbnb. Se prefere um quarto de hotel, mas não quer pagar mais do que um quarto duplo, pode encontrar um companheiro de quarto em operadoras turísticas como a G Adventures ou Intrepid Travel.
O mealsurfing é a opção para quem não gosta de comer sozinho. Pode procurar restaurantes com mesas comuns (basta pesquisar “communal table” mais o nome da cidade no Google). No Kitchenparty, New Gusto ou MealSharing pode marcar degustações, jantares organizados em casas particulares ou procurar companhia. Um sítio Web muito útil para encontrar pessoas com os mesmos interesses é o MeetUp. Em alternativa, pode sempre espreitar os fóruns de viajantes do TripAdvisor.
Se for visitar vários países, compre um telemóvel desbloqueado para poder usar um cartão SIM local em cada país. Outro conselho importante é não chegar a novos destinos ao anoitecer, sobretudo se ainda não arranjou um lugar para dormir. Se for estar muito tempo ausente ou viajar para fora da Europa, subscreva um seguro de viagem (compare preços aqui). Se gosta de praticar desporto, fazer caminhadas e não quer andar sempre com as suas coisas, há empresas como a Headwater que transportam as suas coisas de um lado para outro. Se quiser andar à boleia, visite o carona wiki.
Por fim, se nunca fez uma viagem sozinho, experimente primeiro um destino ao volante do seu Ford. No livro My life on the road, a escritora, jornalista e ativista americana Gloria Steinem escreve aos 83 anos: “Quando as pessoas me perguntam porque é que ainda mantenho a esperança e a minha energia depois de todos estes anos, respondo sempre a mesma coisa: porque viajo. Empreender um caminho, e com isto quero dizer que seja o caminho que nos leva, mudou a minha forma de ser. O percurso é complicado, da mesma forma que a vida é complicada. Afasta-nos da negação e conduz-nos à realidade, abstrai-nos da teoria e leva-nos à prática, elimina as precauções e impele-nos a andar, faz-nos abandonar as estatísticas para mergulharmos nas histórias. Por outras palavras, sai-nos da nossa cabeça e penetra-nos no coração”.