As grandes cidades, tal como as conhecemos, já não são sustentáveis e são cada vez menos habitáveis. Segundo as previsões, o crescimento demográfico irá provocar a expansão das grandes metrópoles, o que obriga a repensar a vida citadina.
É necessário criar urgentemente um novo modelo de cidade em todas as áreas – habitação, transportes, infraestruturas e comunicação. A Ford tem vindo a trabalhar com diferentes instituições em todo o mundo para criar novas soluções de mobilidade. “Ao respondermos ao desafio da mobilidade, temos a oportunidade de criar um mundo melhor para as gerações futuras. É, simultaneamente, uma grande oportunidade e responsabilidade”, referiu Bill Ford, Presidente Executivo da Ford. Atualmente, 54% da população mundial vive em centros urbanos, sobretudo na América do Norte (83%) e na Europa (73%). Mas as previsões da ONU indicam que em 2030 esta percentagem chegará aos 60% e em 2050 haverá mais 2500 milhões de pessoas em todo o mundo a viver nas cidades, devido a um drástico crescimento das metrópoles na Ásia e em África.
Na cidade, veículos elétricos e autónomos
Segundo um estudo do MIT (Massachusetts Institute of Technology) atualmente 87% das nossas necessidades de transporte poderiam estar cobertas pelos veículos eléctricos, enquanto em 2025 esse número chegaria aos 99%. Com a crescente poluição ambiental e sonora nas grandes cidades, a Ford aposta no desenvolvimento de veículos elétricos e autónomos. Aliás, segundo um estudo da Navigant Research, a Ford ficou no primeiro lugar entre 18 empresas analisadas que trabalham nesta área, tanto empresas do sector automóvel como do setor tecnológico. De facto, a Ford prevê lançar no mercado o seu primeiro veículo autónomo de nível 4 (numa escala de 1 a 5) em 2021.
A curto-prazo, os veículos elétricos e os sistemas de transporte partilhado, como o Gobike e Chariot que a Ford já implementou em São Francisco e no Texas e que chegarão a mais cidades em 2017, constituem um primeiro passo para reduzir o número de veículos particulares nos centros das cidades e para oferecer alternativas de mobilidade que satisfaçam todas as necessidades. Uma rede de infraestruturas ligadas, com veículos elétricos autónomos, tanto autocarros como carros, será o próximo passo para flexibilizar o transporte e as vias de circulação nas cidades, criando vias que possam adaptar-se às necessidades do trânsito rodoviário e pedonal. Este é mais um dos projetos nos quais a Ford está a trabalhar em parceria com várias instituições e organismos.
A gestão centralizada destas vias ajustáveis e dos veículos autónomos permitirá eliminar os engarrafamentos, redirecionando o trânsito de forma ordenada para diferentes zonas, enquanto a utilização em massa de carros elétricos poderá permitir atingir um nível nulo de emissões poluentes nas cidades mais avançadas do futuro.
Soluções de mobilidade pessoal
Nas cidades, não vão circular apenas automóveis elétricos e autónomos. Por isso, a Ford prevê outros meios de transporte, como as bicicletas inteligentes, pensadas para uma utilização individual, como complemento do veículo particular (podem ser dobradas e guardadas na mala do carro) e até para a distribuição e entrega de pequenas encomendas. Contudo, a Ford também está a estudar outras opções, como o Carr.E, um dispositivo de transporte individual que ocupa o espaço de um pneu suplente no interior de um veículo convencional e que nos dá mobilidade para nos deslocarmos nas cidades e zonas pedonais. Tem 22 quilómetros de autonomia. Outro sistema individual de transporte é o TriCity, um triciclo dobrável para as pessoas circularem de forma cómoda na cidade. Quando não for necessário, pode ser transportado numa mochila graças ao seu peso ligeiro.
O transporte profissional
Um dos grandes problemas das cidades são as tarefas de distribuição que normalmente são realizadas com recurso a veículos comerciais com motores a diesel. Para dar resposta a esta questão, a Ford desenvolveu e já está a realizar testes com a sua Transit híbrida plug-in em Londres. Com lançamento comercial previsto para 2018, esta carrinha tem autonomia para 50 quilómetros, o que é suficiente para as tarefas de distribuição nos centros urbanos. A médio-prazo, o sistema de distribuição será reforçado com drones, e até veículos autónomos elétricos, que se vão encarregar das entregas. A longo-prazo, o sistema Autolivery (uma carrinha elétrica e autónoma) e uma frota de drones vão realizar a entrega ao domicílio de qualquer encomenda.
Todas estas soluções vão permitir reduzir a necessidade de vias de circulação para veículos, ao melhorar a eficiência de todos os sistemas. Assim, a superfície libertada poderá ser convertida em novos espaços verdes e parques, melhorando a qualidade de vida dos habitantes e promovendo hábitos mais saudáveis.
