No próximo dia 29 de março, Salvador Sobral lançará o seu último álbum: Paris, Lisboa. Trata-se de um trabalho que o vencedor do Festival da Canção em 2017 realizou em viagem entre estas duas cidades.
Nesta entrevista exclusiva para os condutores da Ford, o cantor fala-nos dos novos sons e emoções que tem descoberto e ficamos a conhecer algumas das vivências e histórias da sua carreira. A vida de Salvador Sobral (Lisboa, 1989) é uma história de superação. Nos palcos, o jovem de aspeto tímido apresenta-se como uma pessoa simpática, próxima e com um grande sentido do humor. Sobral gosta do risco e da decisão por impulso.
GO FORD MAGAZINE: Novo disco: Paris, Lisboa. Que novos sons vamos encontrar no seu próximo trabalho?
SALVADOR SOBRAL: De trabalho muito pouco, é mais amor e diversão. O som é um pouco o mesmo de antes, sinto que o nosso quarteto já tem um som bastante vincado e particular, é um quarteto de jazzcom a mente aberta e ouvido também, sempre pronto a comunicar. Talvez agora esteja um pouco mais maduro.
O que pode adiantar aos muitos fãs ibéricos?
Que será um disco o mais fiel e honesto possível ao que temos vindo a tocar ao vivo.
Paris e Lisboa, duas grandes capitais europeias. Se tiver que escolher entre as duas ficava com…
Com a menina e moça, óbvio…
O que oferece cada cidade ao disco ?
Inspiração, influências e experiências. Cada uma à sua maneira.
Canta em várias línguas. Além do português, em que língua se sente mais cómodo a cantar?
Eu adoro línguas, quero poder cantar no maior número de línguas possível. Por agora sinto-me mais cómodo em espanhol e inglês. Já me aventuro também em francês. Mas ao vivo já cantei em várias outras línguas, incluindo euskera, letão e lituano.
Este trabalho é muito diferente do anterior ou pode considerar-se uma continuação?
Sim, um novo capítulo do mesmo romance. Mas mais maduro, mais ponderado talvez.
Desde Excuse Me até Paris, Lisboa aconteceram-lhe muitas coisas. Entre elas, ganhar o Eurovisão e um coração novo. Como é que estas experiências afetaram a sua música e a sua vida?
Afetaram como todas as outras vivências pelas quais eu passo. É uma aprendizagem constante.
Sempre foi otimista em relação a sua recuperação?
Não há como não o ser.
Gosta de ver o festival da Eurovisão? Por que acha que ganhou?
Nunca vi a Eurovisão. Em 2017 quando participei não tive ocasião de ver muito do resto das atuações. E em 2018 estava com o Caetano Veloso no backstage… Ganhei pelo fator “diferença”.
O que lhe ofereceu o projeto Alexander Search? Como compagina os dois projetos?
Traz uma nova maneira de abordar a música. Tenho mais projetos, com uma agenda tudo se resolve.
É fácil musicar a poesia?
Neste caso tem que perguntar ao Júlio Resende, foi ele que fez a música para esses poemas.
A sua irmã, além de ter um novo disco, também compôs para este álbum. Inspiram-se juntos? Como é a vossa relação?
Sim, é uma relação que se complementa. Gostamos muito um do outro e por isso não temos pudor quando é preciso dizer algo mais desagradável. Artisticamente também nos damos muito bem.
Este ano subirá aos palcos de Portugal, Polónia, Alemanha, Suíça, Espanha….Imaginava que a sua música ia chegar a tantos lugares?
Sinceramente não. Pensei que ficaria a cantar em Mallorca toda a minha vida. E não era algo que me perturbasse.
Tem trabalhado com diferentes músicos. Com quem gostava de subir ao palco?
Jorge Drexler, Stevie Wonder, Brad Mehldau.
Em Espanha tem muitos fãs, sente-se como em casa?
Sim, gosto muito de tocar em Espanha. Tratam-me sempre muito bem.
No palco surpreende todos com a sua proximidade e simpatia. O que é o que mais gosta quando está a atuar? Quer partilhar alguma história com os leitores?
O palco vive do momento, como a vida. É isso que gosto. Do risco. Da decisão por impulso.
Do que tem mais saudades dos anos em que só os amigos e a família conheciam a Salvador?
De conhecer pessoas que não fazem ideia de quem sou. Felizmente isso ainda acontece fora da Península Ibérica!