Em 2019, dois monumentos portugueses enamoraram a Unesco e foram premiados. Um deles foi a Real Obra de Mafra, que reúne o Palácio, a Basílica e o Convento, juntamente com o Jardim do Cerco e o Parque da Tapada. O outro foi o Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga. Visitamos os dois ao volante do Ford Kuga numa artística rota urbana.
Devorar quilómetros de estrada com o Ford Kuga é sempre uma excelente ideia para aproveitarmos ao máximo uma escapada. Se, além disso, juntarmos a visita a locais apaixonantes, a ideia é insuperável. E, este ano, com a Real Obra de Mafra, na região de Lisboa, e o Bom Jesus, em Braga, são já 17 os monumentos portugueses declarados Património Cultural da Humanidade. Venha descobri-los!
A via sacra mais bela da Europa
A norte do país, ancorado na ladeira do monte de Espinho e protegido pela vista panorâmica da bela cidade de Braga, espera por si uma das maravilhas da arquitetura religiosa portuguesa, o Santuário do Bom Jesus do Monte. Este Santuário será provavelmente, com Fátima, um dos mais populares de Portugal. O monte, um dos Sacri Monti (montes sagrados que foram criados por toda a Europa depois do Concílio de Trento) mais belos do mundo, está coroado com um templo que foi construído ao longo de seis séculos, e o Ford Kuga é o veículo ideal para subirmos pela estrada íngreme que serpenteia o monte.
Mas para chegar à igreja, podemos também subir pela Via-Sacra que culmina nos muros brancos e cinzentos da escadaria dos cinco sentido. A escadaria está adornada com inúmeras capelas, estátuas alegóricas, jardins clássicos e conjuntos escultóricos: um delírio arquitetónico que é uma verdadeira maravilha do Barroco e do Rococó e que, certamente, nunca mais vai esquecer. Se não lhe apetecer subir a pé os 116 metros de altura do monte, não se preocupe, poderá subir de elevador, uma maravilha tecnológica dos finais do século XX – foi o primeiro deste tipo a ser construído na Península Ibérica.
O capricho e o delírio de um Rei
A uns 30 quilómetros a noroeste de Lisboa espera por si um dos lugares mais espetaculares de Portugal, a Real Obra de Mafra, um conjunto arquitetónico projetado em 1711 pelo Rei D. João V. O complexo estende-se ao longo de 40 hectares e aloja o Palácio Real, a Basílica, o Convento, o Hospital Monástico, o jardim e a tapada. Excessivo como só uma obra fundamental do barroco português pode ser, tudo – as dimensões colossais, a decoração suntuosa saída de uma fábula – reflete na justa medida o caráter do promotor, o D. João V, um dos mais importantes monarcas portugueses.
Para a construção, o rei não só encarregou a execução das obras artísticas de estilo barroco, como também impôs que a obra tivesse em conta os cânones arquitetónicos e estéticos dominantes na arte barroca romana e italiana. D. João V era um verdadeiro apaixonado pelas artes e gastou uma fortuna na obra – as lendas sobre os custos são tantas e tão incríveis como a vastidão do palácio: 40.000 metros quadrados. A primeira pedra da Basílica foi lançada em 1711 e este monumental conjunto arquitetónica viria a tornar-se num dos palácios reais mais espetaculares do mundo. Foi construído com pedra calcária e mármore extraídos da região de Lisboa. Os números do palácio falam por si mesmo: 1200 quartos, mais de 4700 portas e janelas, 156 escadarias e 29 pátios interiores e exteriores, um convento franciscano com capacidade para 300 frades…
Entre as dependências e espaços destacam-se o Campo Santo, a enfermaria, a sala Elíptica (capitular), a sala dos Atos Literários, a Escadaria, o Refeitório e a Biblioteca, uma das mais belas do mundo, que preserva mais de 36.000 livros, com muitos incunábulos. Entre as obras de arte mais apreciadas do Palácio de Mafra estão os carrilhões, compostos por 98 sinos – o maior campanário do século XVIII – que ladeiam a fachada da Basílica, e a mais importante coleção de Escultura Barroca de Portugal, bem como os órgãos de tubos, seis magistrais instrumentos concebidos para uso simultâneo na Basílica.