Tecnologia

Geofencing? Blockchain? Não são as últimas tendências dos ginásios, mas antes o nome das tecnologias usadas pela Ford para que os seus veículos façam mais “quilómetros verdes”.

Talvez já saiba que os veículos híbridos plug-in da Ford estão a fazer provas piloto europeias em Londres e Valencia. Bem, pois agora estes testes vão alargar-se a Colónia (Alemanha) com o objetivo da análise dos quilómetros percorridos ser ainda mais rigorosa e a marca norte-americana conseguir evidenciar num contexto de condução real os verdadeiros benefícios para o meio ambiente deste modelos.

Há já nove Ford Transit Custom Plug-In Hybrid e um Tourneo Custom, também PHEV, em movimento. Os valores de cada um destes veículos são registados pelas tecnologias geofencing e  blockchain. A empresa está a investigar a melhor forma destas técnicas ajudarem a fazer um seguimento rigoroso destes veículos comerciais para aumentar o número de “quilómetros verdes”.

 

 

A fronteira virtual e a segurança dos dados

As zonas de baixas emissões estão a ser implementadas nas cidades de toda a Europa. O objetivo é resolver os problemas da qualidade do ar e, por isso, está-se a penalizar os carros mais poluentes e a proibi-los de circular nestas áreas. No entanto, a implementação e administração destas regras apresenta várias dificuldades (às quais se somam as relativas aos condutores, sobretudo estarem informados sobre por onde podem circular e quando são aplicadas as restrições). É aqui precisamente onde o programa piloto da Ford, com o blockchain e o geofencing, pode ajudar.

Blockchain: esta tecnologia de segurança de dados dá suporte a algumas técnicas digitais, cria uma série de registos permanentes e guarda-os em vários computadores. Permite um seguimento e registo dos valores de emissões dos veículos à prova de manipulações.

Geofencing: estabelece uma fronteira geográfica virtual definida por GPS. Este módulo estará disponível a partir da primavera de 2020 e poderá ser equipado em veículos fabricados antes desta data. Quando o modelo entrar numa zona restrita, mudará automaticamente para o modo de condução zero emissões. De momento, os veículos circularão sem a tecnologia blockchain, mas está igualmente assegurado que as empresas possam cumprir as regulações em vigor e evitar multas.

Em Colónia, cada um dos dez veículos em fase de provas estará a circular pela cidade durante 12 meses. Todos eles estão equipados com o modem celular de bordo FordPass Connect e com um dispositivo plug-in que facilita as potencialidades da geolocalização e do blockchain.

Quando um Transit ou Tourneo entra numa zona controlada, é ativado o modo de condução elétrica e é registada a hora de entrada na área e os quilómetros percorridos sem emissões. Os dados ficam registados num livro de registos seguro (quer dizer, com uma cadeia de bloqueios, blockchain) para garantir que são armazenados de uma forma fiável. Os dados podem ser partilhados entres os implicados, incluindo as autoridades municipais e os proprietários dos veículos comerciais ou das frotas.

A tecnologia dinâmica de geofencing também permite que os modelos se adaptem em tempo real às alterações das zonas restritas. Por exemplo, as cidades poderão optar no futuro por ajustar zonas controladas ou criar outras novas em função das condições meteorológicas ou ambientais. Assim, com esta tecnologia, os veículos PHEV conectados passarão automaticamente ao modo de baixas emissões quando entrarem em ditas zonas recentemente atualizadas.